Soneto para Cecília

De repente do pranto fez-se o riso

Eclodindo sua luz em alvorada

As horas batem asas: revoada

O momento se arvora, impreciso

No horizonte despontam os teus sóis

Iluminando as dores no porvir

Também cores que hão de as redimir

Ao siderar as sombras: girassóis

Não há como deter o que se esvai

O tempo flui feroz e, no entanto,

Na sua foz encontramos um encanto:

A despeito de um mundo que contrai

De repente do peito expande um canto

De repente do pranto nasce um pai

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